quarta-feira, 27 de junho de 2012

Abuso Sexual





Impossível não repercutir a notícia. Xuxa revelou no Fantástico, no domingo 20 de maio, que sofreu abuso sexual até os 13 anos de idade, por várias pessoas, em diferentes situações.
Foi? Não foi? Golpe de marketing? Por  que  só   agor a ?  Essas  e tantas outras perguntas pipocaram em seguida, lógico por ser ela uma celebridade midiática, que reflete o anseio de uma grande parcela de brasileiras em termos de beleza, prestígio, dinheiro e poder.
Xuxa é um espelho para gerações. Quando estava grávida, exibiu sua barriga, exposta em rede nacional, e logo se via pelas ruas mulheres exibindo sua gravidez, raramente com barrigas tão bonitas quanto a dela. Sua “produção independente” e dedicação à filha foram também copiadas por   celebridades   e   anônimas que discursavam sobre a supremacia dos filhos em detrimento do relacionamento conjugal e até fora dele. Enfim, nuances de compor    tamento  que  refletem esta geração, mas também que  direcionam, muitas vezes, o comportamento de parcela da sociedade. Então essa mulher célebre vem a público falar sobre seu trauma. Pondera que talvez seja por causa do abuso sofrido que não consegue viver relacionamentos duradouros.
A pergunta que logo surge é: como foi este abuso? Como uma mulher, especialmente uma criança, pode diagnosticar um abuso? Uma criança brinca com alguém de confiança e de repente sente-se desconfortável pelo tipo pelo tipo toque. É abuso? Não é? Foi sem querer? Não foi? Muitas vezes não há dúvida: foi abuso mesmo. E aí as perguntas passam a ser: Tive culpa? Não tive? Foi algo que fiz? É por causa do meu jeito? Por que me sinto tão envergonhada? Perguntas como as que Xuxa se fez e que se fazem todas as mulheres que vivem situações semelhantes.
Para a mulher adulta, também é complicado diagnosticar o abuso. Você vai fazer um exame clínico e a roupa que te oferecem, ou não, não corresponde com a necessidade daquele exame, ou ainda você acha que dura mais do que deveria. Um médico vai examinar uma mulher ou fazer um procedimento clínico e demora ou a deixa em posição desconfortável, ou sem roupas, sem que ela veja nisso uma necessidade. É abuso? Não é? Foi necessário? Não foi? Foi alguma coisa que ela fez? Ou disse? E quando há o abuso mesmo, invasivo, como no caso das mulheres atendidas pelo ex-médico Roger Abdelmassih, um dos mais renomados especialistas em reprodução assistida do Brasil, que dopava e abusava das mulheres? Vergonha, incredulidade, pesadelo são alguns dos sentimentos expressados pelas mulheres.
O abuso sexual de crianças e das mulheres de maneira geral é um flagelo social no Brasil e no mundo. Acontece na intimidade das famílias, nos transportes públicos, em ambientes de trabalho e até em igrejas. Fatores culturais, especialmente, são responsáveis pela visão da criança, filha mulher, como propriedade, ou ainda das meninas da família, ou das mulheres de modo geral como objetos que podem ser usados e abusados sem nenhum tipo de respeito.
Como a igreja, e especialmente mulheres em ministério, pastoras, podem ajudar essas mulheres que sofreram abuso? Primeiro, motivar essa s  mulheres  por  meio  de mensagens ,   e s t u d o s   e   um ambiente de aceitação a buscarem ajuda. Segundo, criar ferramentas para aconselhamento pastoral, oração, cura, libertação e terapia, no objetivo de propiciar uma ajuda interdisciplinar. Mulheres na igreja têm que ter um diferencial no cuidado e encontrar em Jesus, e sob a sua bênção, toda a cura necessária para a sua alma. Em um ambiente cristão muitas vezes tão severo com tudo que diz respeito à feminilidade, é preciso “feminilizar” nossa pastoral e trazer a misericórdia, o amparo e a compreensão com que Deus sempre tratou as mulheres em sua Palavra.


 Fonte : O Jornal Batista , autor:Zenilda Reggiani Cintra Pastora e jornalista,Taguatinga, DF


E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.

João 20:13-14 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A grandeza de servir



Servir tem sido um verbo difícil de ser conjugado. Todos apreciam ser servidos. 

Vê-se como as crianças apreciam que todos estejam a seu serviço. Gostam de pedir as coisas e que essas lhes sejam dadas de forma rápida.
 

O Mestre Jesus, contudo, lecionou diferente. Quem quiser ser o maior, seja este o servo de todos.
 

Na última ceia que fez com os discípulos, lavou os pés de todos, ante a surpresa deles.
 

Aquela era uma noite de despedidas e Jesus lhes deixou as mais belas lições de serviço ao próximo. Como se já não bastasse ter exemplificado durante seus quase três anos de vida pública.
 

No lago de Genesaré, nas estradas da Galiléia, em casa de Pedro, na Sinagoga, no Templo, ele serviu a Seus irmãos.
 

Se observarmos bem, perceberemos que toda a natureza serve ao homem. Serve a chuva, serve o vento, serve a nuvem.
 

A semente enclausurada na terra, rebenta, brota e se transforma em árvore frondosa, servindo ao homem, dando-lhe sombra, abrigo, flores e frutos.
 

Os animais se esmeram por servir. Dão ao homem alimento, produzindo leite, ovos, carne. Envolvem-no nas noites de inverno, com suas peles e lãs.
 

Conduzem-no por ruas, praças e avenidas com segurança, quando o homem se apresenta desprovido de visão.
 

Aprendamos com a natureza. Aprendamos com Jesus.
 

Onde houver uma árvore para plantar, sejamos voluntários. Onde houver um erro a ser corrigido, coloquemo-nos à disposição para corrigir.
 

Onde houver uma tarefa que ninguém deseje, aceitemos e a desempenhemos com alegria.
 

Se houver uma pedra no caminho, não esperemos por outros. Retiremo-la nós mesmos.
 

Mas também nos disponhamos a retirar as pedras das dificuldades e o ódio dos corações.
 

Tenhamos em mente que não devemos fazer somente as coisas fáceis. É maravilhoso poder executar o que os outros se recusam a fazer.
 

Existem pequenas tarefas que são bons serviços:
 

enfeitar uma mesa para a refeição;
 

arrumar livros sobre a estante;
 

colher flores e dispô-las no vaso;
 

pentear uma criança;
 

acomodar um idoso em seu leito.
 

O mundo é verdadeiramente belo porque há muito por fazer. Imaginemos como ele seria triste se tudo estivesse feito.
 

Se não houvesse uma roseira para plantar;
 

uma iniciativa para tomar;
 

uma cerca para pintar;
 

uma casa para embelezar;
 

uma criança para educar;
 

um idoso para acarinhar;
 

um amor para amar.
 

* * *
 

Servir é um verbo que se conjuga na comunidade. O primeiro tempo se inicia no ninho doméstico, entre as quatro paredes do lar. É o tempo presente.
 

Desde cedo, a criança aprende a servir, executando pequenas tarefas, sentindo-se responsável e útil.
 

O aprendizado prossegue com os vizinhos, os colegas, os amigos. É a conjugação do futuro.
 

Um animal a alimentar, um jardim para regar, uma árvore para podar.
 

Servindo sempre, estaremos dando o exemplo àqueles que nos são próximos.


Fonte: O prazer de servir, de Gabriela Mistral.


 





" Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça;"  2 Coríntios 9:10